Se você já tem uma geladeira ou um ar-condicionado com o selo Procel A, que tal morar em um apartamento que também tem uma etiqueta de eficiência energética? A exemplo do que é feito em eletrodomésticos, a Eletrobras e o Inmetro estão concedendo o selo Procel para edifícios. O projeto e o prédio construído serão analisados e receberão etiquetas com graduações de "A` a E", de acordo com a eficiência energética, sendo ´A` o nível que representa a maior eficiência. As construções comerciais foram as primeiras a receber o selo de conservação de energia, há um ano. Agora é a vez das residenciais. Por enquanto, a adoção da etiqueta é voluntária.
No Brasil, a energia elétrica dos edifícios corresponde a cerca de 45% do consumo, sendo que as residências são responsáveis por mais de 22% desse total. "A necessidade da redução do consumo de energia nas edificações é um aspecto presente tanto nos projetos de novos edifícios como também na discussão de políticas públicas", afirma Solange Nogueira, gerenteda Divisão de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobrás.
´Estamos tratando de um assunto estratégico para o país, ao mesmo tempo em que propomos uma mudança de cultura para o mercado imobiliário. Os brasileiros consideram diversos aspectos no momento de decidir pela compra de um imóvel, como localização, espaço, estética e infraestrutura. Agora terão a informação sobre desempenho da edificação quanto à eficiência energética", diz Marcos Borges, coordenador do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) no Inmetro.
Há diferentes critérios para quantificar o índice de eficiência atingido pelos apartamentos e pelas áreas comuns, como corredores e garagens. Serão avaliados a envoltória - que compreende as características físicas da fachada e da cobertura e as aberturas existentes na edificação - e o sistema de aquecimento de água (sendo mais valorizados os sistemas baseados em energia solar, gás ou bomba de calor). Nas áreas de uso comum, serão considerados a eficiência de sistema de elevadores, bombas e iluminação em geral.´Apesar de voluntária, a expectativa é que rapidamente muitos proprietários solicitem a etiquetagem, assim como as construtoras em seus lançamentos, já que há um ganho muito grande em redução do consumo de energia, refletindo em uma economia para o consumidor e em benefícios ao meio ambiente. "Além disso, acreditamos que haverá uma maior valorização na venda desses imóveis", comenta Márcio Damasceno, integrante da equipe técnica do PBE.
Procel já é usado
Quatorze edifícios comerciais já foram etiquetados. No lançamento do selo para as construções residenciais, na semana passada, a Casa Eficiente da Eletrobras Eletrosul, em Florianópolis, e outros seis projetos de empreendimentos residenciais receberam os primeiros selos Procel para voltados para essas edificações. Nenhum dos contemplados está localizado no Nordeste.
"As construtoras já estão investindo em algumas coisas como melhor aproveitamento da iluminação e da ventilação natural", diz Félix Sá, vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Empresa do Mercado Imobiliário (Ademi-PE). "Mas todas as exigências do selo só devem ser atendidas quando a etiqueta se tornar obrigatória", defende Serapião Bispo, coordenador do Fórum de Construção Sustentável do Sindicado da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PE).
Fonte: Diário de Natal
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